Em cartaz no Viva, Chocolate com Pimenta completa 17 anos

Leonardo Lima
Por Leonardo Lima
Mariana Ximenes como Ana Francisca | Foto: TV Globo / João Miguel Júnior

Há exatamente 17 anos atrás, 08 de setembro de 2003, estreava a novela das seis Chocolate com Pimenta, escrita por Walcyr Carrasco e direção geral de Fabrício Mamberti.

Livremente inspirada na obra A Viúva Alegre, de Franz Lehár, a trama gira entorno  Ana Francisca (Mariana Ximenes), é uma menina humilde, ingênua e romântica que, após perder o pai, vai morar em Ventura com uma parte da família que não conhece. Mesmo sendo uma espécie de “patinho feio”, a caipira chama a atenção de Danilo (Murilo Benício), o rapaz mais bonito do colégio e a grande paixão da mimada Olga (Priscila Fantin), filha do delegado da cidade.

Apesar das artimanhas de Olga para impedir o romance dos dois, Ana e Danilo começam a namorar. Para ajudar a família nas despesas da casa, Ana vai trabalhar como faxineira na fábrica de chocolates e conhece Ludovico. Ela descobre que está grávida de Danilo. Mas uma armação de Olga e da tia dele, Bárbara (Lilia Cabral), provoca a separação do casal. Ao ver o desespero e o sofrimento da amiga, Ludovico propõe casamento a ela, para dar um nome à criança.

Figurino e caracterização

Os figurinos ficaram a cargo de Lessa de Lacerda, que buscou referências em seu próprio álbum de família. A criação do visual dos atores contou com a parceria do supervisor de caracterização Sérgio Azevedo. À frente de suas equipes, os dois cuidaram para que roupas e penteados dos personagens ajudassem a diferenciar as duas fases da novela, marcando a passagem de tempo. Algumas curiosidades foram encontradas nas pesquisas: segundo o figurinista, no início da década de 1920 o comprimento das saias era acima do joelho; no final, acima da canela.

O figurinista Lessa de Lacerda conta que, ao longo da novela, tinha à sua disposição uma bordadeira e uma chapeleira de plantão, já que bordados e chapéus eram muito presentes na época em que era ambientada a trama. A maioria dos figurinos foi feita especialmente para a produção. Ana Francisca (Mariana Ximenes), por exemplo, usou cerca de 40 vestidos pretos na fase de luto da personagem.

No início da trama, Mariana Ximenes usou corpete para achatar os seios, óculos, roupas largas e cabelo de “maria mijona”. Na segunda fase, transformada em viúva glamourosa, ela apareceu de cabelos curtos à la garçonne, com um vestido de corte enviesado, característico do fim da década, lançamento da estilista Madeleine Vionnet. A extravagância de Jezebel (Elizabeth Savala) sofreu influência dos costumes criados pelo estilista Erté, famoso nos anos 1920 por seu estilo exótico e romântico.

Um dos destaques do figurino foi a caracterização de Kayky Brito, típica de uma menina de época. O ator usava vestidos, laços e sapatos de boneca e, como começava a ter pelos nas pernas, tinha de usar meia-calça o tempo todo. Além disso, teve de alongar os cabelos através de uma técnica que consiste no aplique de cabelos naturais que são descoloridos, tingidos e agrupados por tamanho em mechas, coladas aos cabelos dos atores por meio de placas de queratina que derretem com o calor. Foram usadas quase 300 mechas no ator.

A certa altura da trama, a personagem Bárbara, interpretada por Lilia Cabral, voltava à cidade completamente careca e usando uma peruca de franjas que, volta e meia, ficava torta. O efeito resultante da maquiagem aliada aos recursos de computação gráfica ficou tão bom que muitos telespectadores juravam que a atriz havia realmente raspado a cabeça.

Produção

Os primeiros capítulos da novela mostraram cenas com Mariana Ximenes, Murilo Benício e Ary Fontoura gravadas na Argentina. Serviram de cenários o famoso Teatro Cólon, localizado na Avenida 9 de Julio, centro de Buenos Aires; o Rosedal, parque da cidade; e a localidade de Tigre, próxima à capital argentina.

No Brasil, o elenco gravou na Serra Gaúcha, em pontos turísticos de Gramado (como o Lago Negro), Canela (Parque das Sequoias) e São Francisco de Paula (Ponte do Passo do Inferno). Nesta última foi realizado o desfile da fanfarra de Ventura, com direito a banda, balizas e bandeiras, e uma figuração de 150 moradores da região. Também houve gravações na região serrana do Rio de Janeiro e em São Lourenço, sul de Minas Gerais.

Foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo de 24 de julho de 2006 a 26 de janeiro 2007, substituindo A Viagem e sendo substituída por Era uma vez…, e novamente de 12 de março a 21 de setembro de 2012, substituindo Mulheres de Areia e sendo substituída por Da Cor do Pecado.

Reprises

Está sendo reprisada na íntegra pelo Canal Viva desde 20 de abril de 2020, substituindo sua sucessora original Cabocla. Em julho de 2020 foi prevista para dezembro o início da reprise de A Viagem em sua substituição.

 Devido ao seu sucesso e atendendo a pedidos do público, o canal passou a apresentar aos domingos (iniciando em 2 de agosto de 2020), uma “maratona” de cinco horas com os seis capítulos da reprise da telenovela exibidos durante a semana.

Exibição

Lançada em maio de 2004 no mercado externo, a novela foi vendida para diversos países, entre eles Cazaquistão, Argentina, Chile, Guatemala, Paraguai, Peru, El Salvador, Sérvia e Montenegro, Equador, Venezuela, Ucrânia, Romênia, Moldávia, Bósnia, Portugal, Uruguai, Moçambique, Nicarágua, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras e Timor-Leste.

Abertura

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