Nesta quinta-feira, dia 23 de julho, às 22h30, a jornalista Adriana Araújo estreia como apresentadora do Repórter Record Investigação. O primeiro programa sob seu comando destaca o caso do serial killer Francisco das Chagas e conta com uma entrevista exclusiva e emocionante com a sua ex-mulher e a sua filha mais velha.
A reportagem, elaborada pelos jornalistas Marcus Reis, Giulia Gazetta, Aldrich Kanashiro e Michel Mendes, traz detalhes inéditos de um dos casos que mais mobilizaram a imprensa brasileira, com repercussão internacional, nos últimos 40 anos. Segundo a Justiça, Chagas raptou e matou 28 crianças só no Maranhão. Os crimes foram cometidos entre 1991 e 2003 nos arredores de São Luís, capital do estado.
Para as mães das crianças, o tempo parece ter parado desde então. Um trauma que nunca foi superado por elas. Hoje, como muitas sequer têm fotos dos filhos, o rosto dos meninos vai se apagando aos poucos da memória. “Me lembro um pouquinho do cabelo dele, que era bem lourinho”, recorda, vagamente, Maria dos Milagres, mãe de Bernardo, assassinado aos 13 anos.
Na época, para descobrir a identidade do serial killer, foi fundamental o trabalho de um perito da polícia civil do Maranhão. Wilton Rêgo ajudou as autoridades do estado a desvendar como agia o matador em série. “Quando foi preso, Chagas levou os investigadores até a casa dele. Para nossa surpresa, ele mostrou o local em que tinha enterrado duas crianças. A gente fez a escavação e encontrou as ossadas”, relembra o perito.
O jornalístico vai mostrar quem é Francisco das Chagas, que foi condenado a mais de 500 anos de prisão pelo rapto, morte e mutilação dos 28 meninos do Maranhão. E traz um perfil do criminoso que, além de enganar os pais dos meninos, desviou a atenção da polícia e chegou até a colaborar nas buscas pelo assassino.
A reportagem revela ainda que enquanto fazia suas vítimas, o matador tentava levar uma vida normal. Ele se relacionou durante quatros anos com Silvandira Ribeiro, com quem teve duas meninas. Pela primeira vez, a ex-mulher e a filha mais velha, Thaís, falam com uma equipe de jornalistas em uma entrevista exclusiva. “Eu amo meu pai. E tem muita gente que me julga por isso, por eu dizer que eu o amo, mas não me importo”, revela a jovem de 22 anos.
Silvandira e Thaís sobrevivem em uma casa humilde, com um quarto, sala, cozinha e banheiro. A jovem planeja estudar nutrição, sempre com o apoio de Chagas, a quem visita na prisão sempre que pode. “Ele fala que tem orgulho de mim, por eu ter terminado meus estudos. Diz pra eu ser sempre humilde”, conta.
O programa ainda conta por que, na época dos crimes, entidades internacionais denunciaram o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos, a OEA, pela incapacidade em solucionar a série de mortes.