No Conexão Repórter de hoje, 21 de outubro, Roberto Cabrini fica diante de um homem pautado pela disciplina, que agora está no centro no poder.
Hamilton Mourão, o general vice-presidente, saído dos quartéis e suas regras rígidas para ambientes onde se exige menos continência e mais jogo de cintura; agora confrontado com as mais duras questões. De um lado, a defesa do presidente Jair Bolsonaro.
De outro, temas polêmicos que o colocaram em rota de colisão com o chefe: os filhos de Bolsonaro, o “caso Queiroz”, o “guru” Olavo de Carvalho. Um homem de posturas surpreendentes, é considerado, hoje, uma voz moderada num regime que muitos classificam de extrema direita. Da Academia Militar das Agulhas Negras, a mesma onde estudou o presidente Bolsonaro, até a vice-presidência do país mais populoso da América Latina.
Com cursos de paraquedismo e de sobrevivência na selva, o juramento à bandeira, Mourão comandou grupos de artilharia no Rio Grande do Sul, e uma brigada de infantaria na Amazônia e cumpriu também missões fora do Brasil, em Angola e na Venezuela. São mais de 50 anos servindo ao Exército Brasileiro.
Em pouco mais de dez meses de governo, o vice já substituiu Bolsonaro 34 vezes, 37 vezes à frente da Presidência. Também filho de militar, foi nas artes da guerra que Mourão se preparou a vida toda. Mas hoje, aprendeu a usar outras armas.
A ironia é uma delas. E é assim que o papel de vice decorativo passa longe dele. Apesar do currículo de farda e caserna, o militar desponta como voz conciliatória em um governo civil que é alvo de críticas em ações que geram aplausos e protestos.