Após meses de negociações, Roberto Cabrini entrevistou com exclusividade para o Domingo Espetacular, Ricardo Falco, antigo amigo de Robinho que, como o jogador, foi condenado pelo crime de estupro coletivo cometido na Itália e pelo qual ambos vão cumprir pena no Brasil. A conversa, exibida das 21h07 às 21h30, alcançou 9,3 pontos de pico, 8,8 de média e share de 14%, consolidando o segundo lugar isolado, contra 7,5 pontos do SBT. Na faixa completa, das 19h35 às 23h01, o programa registrou média de 7,7 pontos, pico de 9,7 e participação de 12,9%, também se colocando na vice-liderança absoluta, deixando o SBT em terceiro com 7,4 pontos.
Destaques da entrevista
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil decidiu, em março, que Robinho deveria cumprir, no Brasil, uma pena de nove anos de prisão pelo estupro coletivo de uma jovem albanesa em uma boate em Milão. Nesta semana, foi a vez de Rodrigo Falco, que também havia sido julgado naquele país, receber a mesma sentença, com cumprimento imediato da pena em regime fechado.
Na reportagem, Falco se manifesta pela primeira vez sobre o caso. Antes de se entregar à Polícia Federal, em seus últimos momentos de liberdade, Falco afirmou que iria se entregar e prometeu contar tudo que não revelou nos depoimentos anteriores às autoridades.
“Me arrependo de não falar toda a verdade e tudo o que eu vi, de ter ficado do lado do Robinho. Eu menti. Agora vou dizer toda verdade, eu precisava colocar tudo para fora, falar tudo. Quero que acabe isso, faz cinco anos que minha vida é um pesadelo, é um fantasma em cima de mim. Quero me entregar, passar o que tem que passar, voltar minha vida do zero e ser a pessoa que sempre fui”, declara Falco na entrevista.
“Eu quis limpar a barra dele [Robinho]”, afirma Falco, ao confirmar que combinou depoimento com o ex-jogador. “Não foi nem para mim, porque não fiz nada. O único depoimento que dei foi como testemunha. Se tivesse câmera de segurança, ele estava lascado, ia pegar as imagens e ia provar que teve relação. Na verdade, para mim, seria até bom que tivesse câmera, ia aparecer que eu não fiz nada. Eu combinei o depoimento pensando nele, para ser fiel à amizade”.
“Eu sempre quis proteger ele”, ao explicar a tentativa de colocar a culpa nos amigos que estavam presentes naquele noite, mas que já haviam retornado ao Brasil. “Ninguém ia chegar neles aqui, não tinha nem como”, completa.
Falco, que nos primeiros depoimentos chegou a mentir à polícia, negando a presença de Robinho no momento do estupro, conta na entrevista detalhes daquela noite: “A menina chegou na mesa. Ela queria ir antes, mas a esposa do Robinho estava lá. Ela estava na intenção do Robinho. A esposa foi embora e ela ficou na mesa. Um dos nossos amigos ficou com ela e foram para a chapelaria. O Robinho entrou e todos foram atrás. Quando eu entrei e vi o que estava acontecendo…. Não fiquei abismado porque a pessoa não estava jogada no chão. O Robinho até saiu antes. Ela saiu e ficou chorando no canto”.
E conclui: “Tudo não durou nem 10 minutos, te garanto. Seis homens estavam lá dentro, mas não foram todos que tiveram relação, só dois. Outros dois tiveram relação oral. Eu e mais um não tivemos contato com a vítima”.
Na entrevista, Cabrini explica o afastamento entre Robinho e Falco: o ex-jogador chegou a acusá-lo de ter armado a acusação de estrupo com a vítima apenas para extorqui-lo. Falco conta o que sentiu ao saber dessa declaração, e o que deve falar ao antigo parceiro quando encontrá-lo no presídio em que ambos devem cumprir pena. “Eu pretendo dizer a ele que me senti um homem traído”.
A reportagem completa, que foi ao ar no Câmera Record, e o trecho exibido no Domingo Espetacular estão disponíveis no PlayPlus.