A Globo termina o primeiro semestre de 2024 com R$ 7.06 bilhões de reais e teve um crescimento de 8% em comparativo do ano passado neste período. Comercialmente, o grupo midiático se mantém forte e robusto no mercado publicitário. Segundo informações do jornalista Daniel Castro, Notícias da TV, as vendas de espaços publicitários dispararam 13% na TV aberta e as receitas com assinaturas teve uma queda acentuada de 2% entre os meses de abril e junho. Inclusive, a reação positiva de 1% se deve aos três primeiros meses das transmissões do Big Brother Brasil.
Em compartilhamento de dados com o site, Paulo Marinho, presidente da Globo, comemorou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 422 milhões no segundo trimestre, o maior em quatro anos, afirma o executivo. Embora tenha faturado R$ 1,23 bilhão, 126% superior ao dos mesmos meses de 2023 (R$ 545 milhões), o clima é cautela, principalmente para o mês de julho a setembro. A carta do neto de Roberto Marinho aos funcionários:
Começamos o segundo semestre de 2024 com força total. No entanto, sabemos do cenário desafiador previsto para o próximo trimestre [o terceiro], devido aos custos de transmissão da Olimpíada de Paris. Conto com todos vocês para que, com responsabilidade, continuemos empenhados, conscientes da importância de cada um para conquistarmos nossos objetivos. Seguimos juntos pelo nosso resultado.
Em meio a redução de custo que sacramentou os desligamentos de artistas que possuíam contratos fixos e da inflação (de 4,5% no acumulado dos últimos 12 meses), a empresa conseguiu reter custos e despesas em 2% no semestre anterior. Outro ponto são os gastos de R$ 6,38 bilhões, R$ 130 milhões a menos do que os R$ 6,51 bilhões do primeiro semestre de 2023. A economia no segundo trimestre foi proporcionalmente maior à 5% (Neste ano foram poupados R$ 3,54 bilhões versus R$ 3,72 bilhões entre abril e junho do ano passado). Se aproveitando da nova realidade, a Globo obtém bons resultados nas vendas de publicidade e Manzar Feres lidera o departamento desde 2019.
A emissora sediada no Rio de Janeiro já tinha impulsionado as suas vendas em 18% no primeiro trimestre, por conta do Big Brother Brasil. Nos meses subsequentes entre abril e junho, cresceu 9% (de R$ 2,39 bilhões no mesmo período de 2023 para R$ 2,6 bilhões).
Perda de receita nos canais da TV por Assinatura
Os canais de TV por assinatura atravessam por um momento complicado na audiência e nos rendimentos financeiros. Enquanto a Globoplay cresce 23% e a Premiere aumenta 61% do seu público no primeiro trimestre, a Globo teve uma queda de 2% em comparativo ao segundo trimestre do ano passado (R$ 1,24 bilhão contra R$ 1,26 bilhão) nas receitas com conteúdos próprios, programação e assinaturas (que são majoritariamente de assinaturas).
No semestre, as receitas foram de R$ 2,46 bilhões, 10 milhões a mais que nos seis primeiros meses de 2024. Com a participação das receitas com publicidade no faturamento da empresa cresceu de 62% para 65%, enquanto as assinaturas caíram de 35% para 32%. Outros 3% das receitas são classificadas como “outras demandas” (revenda de direitos esportivos e serviços). Embora obtenham resultados positivos nos primeiros meses do ano, a Globo enfrenta um grande desafio.
Segundo informações apuradas e obtidas com exclusividade pelo N1 Entretenimento, os executivos estão analisando a queda de faturamento e querem viabilizar mais programas dos canais fechados na TV aberta, assim como na Globoplay. A intenção, inclusive, é de fortalecer o projeto Uma Só Globo e alcançar todos os públicos, adotando essa estratégia. Vale lembrar que o Grupo Globo têm promovido mudanças corporativas recentemente.