Neste domingo, 28/04, Fernandinho Beira-Mar fala sobre o tráfico internacional de armas e drogas e ainda da crueldade ao executar desafetos;
Na segunda parte, no ar dia 5/5, Beira Mar abre o jogo sobre sua relação com as Farc.
De dentro do presídio mais rígido do país, um dos traficantes mais temidos do Brasil, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, revela informações até então desconhecidas do submundo do crime organizado aos jornalistas Domingos Meirelles, Gustavo Costa, Gabriela Pimentel, Fabíola Correa e Marcelo Menezes. As quase três horas de entrevista, a mais longa que ele já deu, foram divididas em duas edições do Câmera Record que vão ao ar neste domingo (28/04) e no próximo (05/05).
Beira-Mar falou sobre o tráfico internacional de armas e drogas, da crueldade ao executar desafetos, das suas conexões com o grupo paramilitar – as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) – e da parceria com lideranças de outras organizações criminosas.
“Eu sou amigo da cúpula do PCC. Tenho muito respeito pelo Marcola, muita admiração porque ele é um cara honrado. A gente puxou cadeia junto. Eu estava no Regime Disciplinar Diferenciado, em Presidente Bernardes, e ele também”, responde ao ser perguntado por Domingos Meirelles sobre suas relações com líderes de facções rivais.
Condenado a mais de 200 anos de prisão, Beira-Mar é considerado um homem cruel com seus inimigos. Entre as atrocidades comandadas por ele, uma delas manchou de sangue sua ficha criminal. Em agosto de 1999, a Polícia Federal intercepta uma conversa telefônica. Do outro lado da linha está Michel dos Santos. Michel teria tido uma relação com uma namorada de Fernandinho. Ele foi então sequestrado, torturado e esquartejado vivo.
Ao ser questionado sobre esse episódio por Meirelles, Beira-Mar muda o tom de voz, crítica a gravação da polícia, mas assume a responsabilidade de ter mandado torturar e matar Michel. “As pessoas não entendem que às vezes você toma tipos de atitude no calor do momento. Eu tive razão de tomar aquela atitude”, confessa.
Hoje, ao rever seus crimes, ele diz não pensar no passado: “Em vez de ficar pensando nos erros que eu cometi, penso no meu futuro. O que eu tenho que fazer para não repetir… Pra ‘mim’ ter uma vida diferente. Eu penso em ter uma vida diferente”.
A equipe ainda revela como o traficante estava controlando seus negócios de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.