Com a adaptação para TV do romance de Dinah Silveira de Queiroz, Maria Adelaide Amaral fez de A Muralha, uma das melhores minisséries da década de 2000.
A trama foi reexibida na íntegra pelo Canal Viva de 15 de março a 24 de maio de 2011, substituindo Sex Appeal e sendo substituída por Anos Dourados, às 23h45.
Foi reexibida novamente na íntegra pelo Canal Viva de 29 de junho a 7 de setembro de 2015, sendo substituída por Presença de Anita, às 23h.
A estreia rendeu 44 pontos de média para a emissora. Na média geral, a trama fechou com 30 pontos.
História
Minissérie baseada em obra homônima de Dinah Silveira de Queiroz. A trama se passa por volta de 1600, época em que os bandeirantes buscavam terras cultiváveis, riquezas e índios para serem vendidos como escravos. A muralha do título refere-se à serra do Mar, o maior obstáculo às incursões ao centro do país.
Do outro lado da muralha, nas cercanias da vila de São Paulo, na fazenda de Lagoa Serena, mora Dom Braz Olinto (Mauro Mendonça), um patriarca que lidera sua família e sua bandeira com muito trabalho e sacrifício. Sua luta principal é dominar e vender mão-de-obra indígena, adquirida através das empreitadas feitas ao interior. Nisto se difere de seu filho Tiago Olinto (Leonardo Brício), que vê na conquista do ouro a grande razão para seu empenho pessoal. Criado no Colégio dos Jesuítas, Tiago é contra a dominação e o desrespeito aos índios, o que torna o conflito entre ele e seu pai inevitável.
Junto de Dom Braz em suas aventuras está também Afonso Góis (Celso Frateschi), seu genro, casado com Basília (Deborah Evelyn), sua filha. O casal padece da dor da perda do filho Pedro, que desapareceu, aos 13 anos, durante uma expedição com o pai. Rosália (Regiane Alves), a caçula de Braz, é uma jovem determinada, que se dispõe a largar tudo quando se apaixona de verdade por Bento Coutinho (Caco Ciocler), que trabalha na bandeira de seu pai.
Ainda na fazenda, mora Mãe Cândida (Vera Holtz), esposa de Dom Braz, que assume a casa nos períodos em que os homens estão fora. Afetuosa, porém contida, seus critérios não se baseiam na religião ou na justiça, mas nas prioridades de seus homens. Junto dos filhos mora a sobrinha Isabel (Alessandra Negrini), a única mulher a enfrentar a mata e as batalhas no meio dos homens. Com um comportamento selvagem, o que a faz sentir-se quase como um bicho, ela é considerada por Dom Braz o melhor soldado de sua tropa.
Isabel é apaixonada pelo primo Tiago. Os dois formam um triângulo amoroso com Beatriz (Leandra Leal), que, a pedido de Dom Braz, chega de Portugal para se casar com o rapaz. Apesar de ter sido criada como dama, ela abdica das belas vestes e dos sapatos e enfrenta o calor brasileiro, disposta a acompanhar o noivo, por quem se encanta antes mesmo de conhecer.
Antônia chega ao Brasil em busca de um bom casamento. Irreverente e debochada, cai nas graças do bem-humorado Mestre Davidão (Pedro Paulo Rangel), que passa a cortejá-la. Ao longo da trama, ajuda Beatriz a conquistar o coração de Tiago.Na mesma embarcação de Beatriz, chegam a cristã-nova Ana (Letícia Sabatella), a prostituta Antônia (Claudia Ohana) e o idealista padre Miguel (Matheus Nachtergaele). Ana é escravizada por dom Jerônimo (Tarcísio Meira), comerciante a quem fora prometida em casamento. Inimigo de dom Braz e síntese da hipocrisia religiosa de seu tempo, dom Jerônimo satisfaz seus desejos sexuais estuprando a índia Moatira (Maria Maya), por quem padre Miguel se apaixona. Ana se envolve com o jovem Guilherme Shetz (Alexandre Borges), mas não escapa da opressão de dom Jerônimo.
Acobertada por Mãe Cândida, Isabel esconde até quando pode sua gravidez, fruto do relacionamento com Tiago. Quando descobre, no entanto, que é filha de dom Braz e, portanto, irmã de seu amado, entrega a criança à Beatriz e segue para uma aldeia. Sob a proteção de Caraíba (Stênio Garcia), ela é intimada a cumprir seu destino. Em sua última cena, nua, Isabel anda rumo à mata, que a acolhe, dando a entender que a personagem se transforma em uma onça.
Após denunciar vários moradores à Inquisição, por supostas heresias, dom Jerônimo manda prender os que afrontam sua autoridade, inclusive Ana e Guilherme. Para espanto geral, todos são condenados à fogueira. Mas Guilherme esfaqueia o vilão, que acaba morto em uma das fogueiras que ele mesmo acendeu.