Após a divulgação do vídeo da reunião ministerial, Bolsonaro realizou na noite desta sexta-feira, 22 de maio, um pronunciamento oficial para comentar a repercussão do vídeo, esclarecer conteúdo mostrados. Ainda na coletiva a imprensa, o Presidente do Brasil falou sobre coronavírus, fakes news e de jornalistas. Toda manifestação durou proximamente 54 minutos.
Em determinado momento, Bolsonaro, que falara dos “ataques” da imprensa, ele detonou a Globo, Jornal Nacional, citando até uma suposta notícia, que o filho de Wiliam Bonner teria recebido o auxilio emergencial do governo.
Segundo o Presidente, ele recebeu no Whatasapp a informação, acreditando ser fake news, ele citou a informação. Ele compara a fake news envolvendo o filho do ancora do Jornal Nacional à – segundo ele – ataques que boa parte da imprensa pratica com ele, diariamente. Bolsonaro fala que o jornalista estaria sentindo na pele, o que ele passa com as notícias com a família dele. E pediu para os jornalistas deixasse seus familiares em paz.
Em outra parte da entrevista, o Presidente ao perguntar a hora, – no qual era 20h46 – ele detona a Globo e os apresentadores do Jornal Nacional. “Começou a TV Funerária”. De acordo com ele, os ancoras do principal telejornal do Brasil finge tristeza para comover o público e comparou a “freiras arrependidas”.
E aumenta ainda mais o clima entre Bolsonaro e Globo.
Ao mesmo tempo já na Globo, o Wiliam Bonner iniciava o jornalistico com as últimas informações do coronavírus, mesmo com o vídeo da reunião ministerial com conteúdos polêmicos e trechos que Moro afirma que provaria a suposta tentativa de interferência de Bolsonaro na Policia Federal. O jornalista jogou uma pequena indireta para o Presidente e os seus apoiadores. “[o Jornal Nacional] começa com o noticiário sobre que é mais importante: as vidas em risco na pandemia do coronavírus”, disse Bonner.
Wiliam Bonner expõe e denuncia fraude com CPF de filho em solicitação de auxilio emergencial.
Em sua rede social, na noite de ontem, 21/05, o jornalista se pronunciou com a suposta solicitação do auxilio emergencial pelo filho. Ele afirmou que os dados de foram roubados e estão sendo usados por estelionatários. Confira na integra:
“Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público. Primeiro, a injustiça. Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras. Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático. Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela. Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param. E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público. Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente. Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria. Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um “não”. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado. O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado. Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas,parceiros,parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas? Como já informei, há 3 anos meu filho tem sido alvo de golpes de estelionatários, denunciados à polícia. Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos. De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa. E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.” comentou ele.