Criado por Manuel de Nóbrega em 1956 sob o título de A Praça da Alegria (1956-1987), A Praça é Nossa estreou numa época politicamente incorreta onde o humor satirizava as questões sociais, sem temer o atual cancelamento dos dias de hoje. Em seu auge nos anos 2000, Vera Verão, interpretado pelo finado Jorge Lafond (1952-2003), cresceu dentro da atração capitaneado por Carlos Alberto de Nóbrega (1987-atualmente) e fez a marca alcançar patamares maiores.
Desde o falecimento comediante até hoje, A Praça é Nossa teve pequenas alterações em seu quadro de humoristas, mas nada tão significativo que chamasse a atenção do público. Numa entrevista ao Programa Raul Gil no dia 15/09/2014, o titular criticou duramente as novelas da TV Globo e enaltece a sua atração:
As novelas da Globo fazem apologia ao final da família. É irmão transando com a namorada do irmão, é mulher traindo o marido. É uma vergonha, sexo às sete horas da noite. Uma avó cafetinando a neta […]. Eu prefiro que meu programa seja chamado de velho, de mofo do que colocar piadas que falem mal de negros, de judeus e de defeituosos.
A pergunta que não quer calar ninguém: Até quando o público vai aceitar a fórmula antiga de humor empregada pelo Carlos Alberto? A grande aposta do momento é representar a classe C que é abordado em vários humorístico como Vai Que Cola, Tô de Graça dentre outros, numa pegada popularesca e linguagem mais jovial. Assim como o extinto Zorra (1999-2020), A Praça é Nossa tem uma grande relevância na TV aberta devido a sua história construída durante todos esses anos, só que precisa de algumas mudanças no conteúdo para retornar ao ápice.
Lembrando que antes da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, entre 2017 e 2019, o humorístico chegou a vencer a TV Globo em inúmeras ocasiões, obrigando a poderosa mexer na programação. Durante a quarentena, a atração apostou em reprises e retornou em meio a flexibilização num novo formato, mas com o mesmo módulo datado de humor.
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