Daniel Ortiz vendeu Família é Tudo como uma novela que contava a história do misterioso sumiço da Frida (Arlete Salles) que festejava seu aniversário num cruzeiro marítimo. A proposta inicial, inclusive, é unir seus netos e deixou a Gravadora Mancini dividido entre eles, incluindo o sobrinho Hans (Raphael Logam) e Catarina (Arlete Salles), sua irmã gêmea. No entanto, a antagonista principal pouco aparece, e quando bota as caras, é em uma cena desnecessariamente avulsa. A veterana teoricamente foi rebaixada como figurante de luxo para destacarem Rafa Kalimann numa personagem que cairia bem em outra atriz.
Inexperiente, a influenciadora digital interpreta a vilã Jéssica de Osma, uma espécie de megera que separa o casal de protagonista como Electra (Juliana Paiva) e Lucca (Jayme Matarazzo). Embora os executivos da TV Globo aprovam com base de pesquisa interna, os telespectadores bombardeiam por conta da atuação fraca, catatônica e robótica. Em cena importante, a própria não imprimiu nenhuma expressão e derrapa durante sua participação na novela. Assim como aconteceu com Jade Picon em Travessia (2022-23), mas na reta final, a milionária conseguiu dar a volta por cima.
Longe do que foi em suas antecessoras, Daniel Ortiz decepcionou o público, mesmo com a audiência crescendo lentamente na Grande São Paulo e no Painel Nacional de Televisão. Sem cair completamente no gosto popular, Família é Tudo está cumprindo o papel de elevar os números, mas esqueceu de abordar com mais delicadeza, o protagonismo na terceira idade. Uma bola fora do novelista que ainda tem tempo de concertar o folhetim.