A nova aposta matutina do SBT, Vem Pra Cá, parece que foi jogado no ar sem nenhum cuidado, planejamento e testes. Em sua segunda edição, nesta terça-feira, 23, o programa apresentou vários erros, deixando a bagunça tomar conta da revista eletrônica.
Patrícia Abravanel e Gabriel Cartolano estão se esforçando para comandar o programa de pouco mais de uma hora, mas é nítido do desnivelamento. Gabriel é quase uma peça decorativa do cenário da atração, não existe dupla de apresentadores e sim, Patrícia e um assistente qualquer. Gabriel ainda não teve um destaque no Vem Pra Cá para mostrar seu talento na tela e tem mostrado bastante nervosismo, o que pode ser bem compreensível por ser um projeto com grande expectativa dos diretores e do próprio Silvio Santos.
Carismática e espontânea, Patrícia peca no exagero. Uma interrupção aqui e outra ali, um comentário pouco relevante e até sem sentido solto no ao vivo. Hoje, a apresentadora e filha do Silvio Santos perguntou para sua convidada Beca Milano, no quadro de receitas, o que significava “cremoso”, como se esta palavra fosse desconhecida por ela e seu público.
O tempo para receita rápida, teve já mencionada Beca Milando, jurada do Bake Off Brasil e Thaís Pacholek, atriz e participante do programa. Ela repercutiu sua eliminação do reality de confeiteiro do SBT. Thais para ser uma convidada do programa, teve uma postura de apresentadora e aproveitando o gancho do “cientista maluco” do quadro seguinte Verdade ou Fake que Doi, ela faz um comentário propício e bastante relevante sobre crianças agitadas. Ponto para convidada especial.
Logo de cara, Patrícia parece esquecer da pandemia e o distanciamento social. Segundo recomendações da OMS, é preciso no mínimo um metro e meio de distância de uma pessoa a outra para evitar uma circulação maior do covid-19. Ela, toca, agarra e se aproxima todos que estão ali no palco, parecendo esquecer de toda problemática que as cenas causam em quem está assistindo.
O ponto alto do programa, não é lá essas coisas, foi o quadro nem um pouco original “Verdade ou Fake que Doi”, uma espécie de Ciência em Show de Eliana e Detetive Virtual do Fantástico. O “cientista maluco” como foi intitulado, teve uma participação leve e engraçada. O quadro contou com vídeos da internet viralizado que prometia revelar e comprovar a sua veracidade. O quadro questionava a todos os convidados ali presentes, eles com plaquinha escrito Verdade e Fake, respondia. Apesar de ser uma atração, já bastante utilizada por tantos outros programas, conseguiu entreter em sua duração. Mas nem ele, escapou de gafe, logo no primeiro vídeo e experimento para comprovar a verdade do vídeo, a colher de metal gálio não produziu o efeito do vídeo, fazendo o elenco cair na risada, provavelmente de nervoso. A justificativa foi simples, o metal estava gelado demais e assim, o experimento foi passado para o final do quadro.
O giro de notícias dos famosos teve esquentados e informações sem relevância. Como por exemplo, o perfil fake de Naymar em uma rede social de namoro. Já o espaço para o jornalismo foi bastante curto e continuou irrelevante na atração, atualizando o que o telespectador já tinha visto no programa antecessor.
O programa é encerrado com uma visão problemática, em contrapartida dos programas concorrentes do horário, que seguem as recomendações e reforçam que a pandemia precisa todo o cuidado, o Vem Pra Cá, reuniu todo o elenco e convidados para se despedir, todos juntinhos. O cuidado para passar a imagem do distanciamento e um ser um exemplo positivo precisa ser tratado com mais importância.
Acredito que Vem Pra Cá não está fadado ao fracasso, a revista eletrônica pode melhorar, tem a frente bons profissionais e apoio suficiente para calibrar pautas, quadros, conteúdo e a apresentação. O programa tem um nome de peso e um talento promissor no comado, os ajustes deve fazer a atração matutina chegar na expectativa do SBT e no programa ideal que o público gosta e merece.
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